Desfinanciamento do SUS tema do encontro no Ministério Público da Bahia
Previsão de déficit de R$ 18 milhões este ano, em razão da defasagem da Receita SUS e o Custo Operacional – quatro anos sem reajustes dos serviços prestados ao SUS. Dez mil pessoas na fila à espera de cirurgias .Filas que começam na madrugada .Essa dura realidade, da Obras Sociais Irma Dulce (OSID), que mantem o maior hospital 100% SUS do País, foi mostrada hoje pela manhã na apresentação do evento “Desfinanciamento do Sistema Único de Saúde, promovido pelo Fórum Estadual de Integração da Atuação do Ministério Público. A crise apresentada da superintendente da OSID se repete no Hospital Martagão Gesteira ( também 100 % SUS ),como mostrou o Superintendente da Liga Álvaro Bahia, Antônio Santos Novaes Júnior, instituição mantenedora do Martagão.
A Liga enfrenta uma crise sem precedentes. São mais de R$ 5 milhões em dívidas somente com fornecedores e médicos, que não recebem pagamento há meses. A conta entre receita e despesa não fecha devido ao desfinanciamento do SUS: por uma consulta especializada no mercado privado é cobrado, aproximadamente, o valor de R$ 90, para um hospital público custa R$ 54, sendo que é repassado pelo SUS somente R$ 17, uma diferença de 70%. Quando se fala em valores de diárias de internamento em UTI, a realidade não é diferente: R$ 1,2 mil é o valor repassado pelo SUS para um custo de R$ 2,2 mil em hospitais públicos diante da cobrança de R$ 3,5 mil na rede privada.
O retrato da crise das duas instituições filantrópicas, ratificou as análises e números apresentados antes pelo presidente da Federação das Santas Casas de Misericórdia ,Hospitais e Entidades Filantrópicas do Estado da Bahia, Maurício Dias, sobre o momento difícil que as entidades filantrópicas enfrentam em razão do subfinanciamento do SUS.
Mauricio Dias apontou a necessidade de outro modelo de financiamento do SUS porque ” o atual está falido” Na Bahia a crise fez o setor filantrópico encolher, caindo de 108 entidades em 1996 para 64 atualmente. E o subfinanciamento faz aumentar o debito do setor ano após ano, já totalizando nacionalmente R$21,5 bilhões. E essa dívida-pontuou – majoritariamente não é nossa.
O Encontro, que fez parte da III Reunião Ampliada da Saúde “Diálogo do MP sobre a Saúde” por meio do Centro de Apoio Operacional de Defesa da Saúde(CESAU) e do Centro de Estudo e Aperfeiçoamento do Ministério Público da Bahia reuniu mais de 300 participantes..
O secretário estadual da Saúde ,Fabio Vilas – Boas e o secretário municipal da Saúde,de Salvador, José Antonio Rodrigues Alves, também destacaram a insuficiência de recursos do SUS para atender à demanda e o crescimento da participação do estado e do municípios para manter os serviços de saúde.
Segundo o Secretário de Saúde, Fábio Vilas Boas, em 6 anos, o Estado dobrou os recursos alocados na saúde, passando de R$ 1,6 bilhão para R$ 3 bilhões/ano. No entanto, a União está deixando de investir na saúde, transmitindo cada vez mais o ônus para o Estado.
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