Governo e sociedade de mãos dadas com as Santas Casas portuguesas
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*Mauricio Dias
O reconhecimento ao trabalho das Santas Casas de Misericórdia Portuguesas foi evidenciado muito intensamente, semana passada, no Congresso na cidade de Fundão. Na abertura do evento, o primeiro ministro, Antonio Costa, e no encerramento, o presidente Marcelo Rebelo de Sousa. Também participaram os ministros da Saúde, Trabalho, Solidariedade e Segurança Nacional. A presença das mais importantes autoridades sinalizou a força das Santas Casas nas mensagens de apoio e esperança como parceria ideal na solução dos problemas sociais e de saúde. O primeiro ministro de Portugal foi muito claro e enfático ao afirmar “não ter dúvidas que tudo o que se pretender fazer pela saúde e assistência social, ninguém fará melhor do que o terceiro setor por meio das Santas Casas”. Vale relembrar que a forte parceria com as Santas Casas foi decisiva para o Governo de Portugal conseguir saída para a crise que abalou fortemente a economia na Europa nos últimos anos. Mas o Governo de Portugal também reafirmou que o sucesso da parceria passa, necessariamente, pelo financiamento pleno das Santas Casas.
Foi muito produtivo participar do XII Congresso Nacional das Misericórdias Portuguesas, como secretário da Confederação Internacional das Misericórdias (CIM) e como vice – presidente da Confederação Santas Casas, Hospitais e Entidades Filantrópicas (CMB). Além da ampla discussão sobre o envelhecimento da população e a atenção do governo para o problema, com assistência integrada da saúde e assistência social e a participação das Santas Casas, o evento também ratificou que Portugal prossegue com o modelo mais próximo do ideal na parceria público – filantrópica. Além do decisivo apoio do governo, as misericórdias em Portugal também contam com forte apoio da sociedade. O grau de envolvimento é muito intenso e constante. As pessoas prestigiam as Santas Casas, situação diferente da realidade brasileira, em que, com raras exceções, as pessoas muito cobram, quando precisam. A sociedade portuguesa, ao contrário, não precisa esperar nem para cobrar, nem para ajudar.A sociedade portuguesa se organiza e trabalha com o propósito de fortalecer a sustentabilidade das Santas Casas. Além da força do voluntariado, produz artesanato, produtos alimentícios e doces caseiros que são comercializados, sendo a renda destinada ao co – financiamento das ações desenvolvidas pelas Misericórdias.
Que o Brasil lance olhar especial sobre o exemplo de Portugal, berço das Misericórdias no mundo. A despeito de diferenças geopolíticas entre os dois países, os laços históricos que os unem e a identidade da língua devem ensejar intercâmbio, trazendo para o Brasil as experiências bem sucedidas da parceria público-filantrópica em Portugal.
*Mauricio Dias é presidente da FESFBA,vice-presidente da CMB e secretario da CIM
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